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Olhares e Vozes Femininas

posted on novembro 19th 2015 in Uncategorized with 0 Comentários

aikido 3
Olá Michiko

A  apresentação da cena Incentivos  foi muito significativa para nós, pois foi a primeira vez que fizemos um extrato da peça para os refugiados.
Eles prestaram muita atenção e depois o Congolês que falou sobre a violência na Republica Democrática do Congo veio falar comigo sobre o que ele viu e nos convidou para participarmos de um encontro no dia 8 de dezembro num evento organizado por um sindicato. Ainda precisamos entender de fato do que se trata.
Ouvimos os dados da pesquisa sobre os Haitianos no Brasil e alguns  chamam atenção: primeiro que alguém está  lucrando com a vinda dos Haitianos ao Brasil e não são brasileiros. Segundo, que eles são sim refugiados e  fornecer  visto humanitário só complica mais a situação.
Bem, tudo me parece uma grande confusão de dados, pessoas que esperam , esperam, e vêem suas vidas se esvairem em desencontros. Essas foram as referências que digamos assim, foram novidades. A pesquisadora lança muitos temas para futuras pesquisas.

Hoje, na aula de Aikido, Sensei Bueno ouviu nossos relatos e impressões a respeito do Seminário de ontem a tarde na Pastoral e ficou bastante tocado. Ele desenvolve um trabalho com rios da cidade e amanhã vai fazer uma intervenção: colar adesivos com o nome do rio, nas placas de identificação das ruas por todo o percurso do rio Saracura que nasce no MASP. Para ele os rios são refugiados também. Nunca havia antes pensado em um rio como um refugiado, mas depois do acidente monumental em Minas começo a entender os rios dessa forma também.

Nos levou a refletir  o sofrimento  e seguimos pelos princípios do Aikido para exercitar: desvendar, ver, querer. E nos provocou: o que queremos com essa peça?

Amanhã, faremos ensaio e levaremos todas essas experiências em consideração.

Ouvir essas mulheres cujas falas são repletas de MA ( o Ma da dor, da dificuldade em encontrar palavras) foi bastante impactante.

Perguntei a Dana o que queria dizer Asma em árabe e ela, corrigindo minha pronuncia disse ser apenas um nome. Só ligou ao nome da mulher do Assad quando eu falei. Digo isso, por que acho que esse nome para nós tem outro sentido e quem sabe…Asma vai à praia.

Assim fomos nos vendo, como brasileiros que somos, na fala das que estão há mais tempo por aqui  e entendemos que a crise moral nos assola desde muito tempo atras.

O dia 12 de dezembro será muito importante para sentirmos como está a peça.

Obrigada por ficar conosco

beijos
Mirres

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