Processo criativo – Reflexões poéticas do Leandro

Como muitos, criaremos também uma história. Um perigo! Perigo este que nos desviamos com o nosso jeito de contar, com as diversas interpretações que as cenas permitem que os intérpretes e a plateia o façam e até o MA está aí para nos dar um suporte nisto, afinal um desafio que assumimos foi o de usar o MA como um espaço-tempo de comunicação com o público e a meu ver, isto naturalmente multiplica a história.
Fico pensando também se, esta palestra intercultural com tudo de “única história” que ela carrega. Já não se junta a “única história” que cada um trás de Brasil. Se porcamente ou não, ela não desfaz alguns mitos ainda mais depreciativos sobre o que é a brasilidade. Que “únicas histórias” são contadas sobre o Brasil mundo a fora. Algumas delas conseguimos reconhecer e algumas delas, até sem querer, reforçamos quando nos vemos fora daqui.
Na palestra de ontem, foi bem legal o momento em que ela dá o microfone aos africanos para que cada um diga o seu nome e de onde veio. Naquele gesto criaram-se bolhas de conexão. Mesmo não podendo avaliar a subjetividade de cada um ali, tinha algo meio sonâmbulo no ar.
Enfim, todas as vezes em que vamos a Pastoral, penso que muito nos atravessa.
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