Formas 5

Formas que o acaso e o vento dão às nuvens

Prêmio Funarte/Petrobrás de Fomento à Dança

A peça estabelece um contato direto com a arquitetura da cidade, levando poesia e destacando pequenos detalhes que ao olhar viciado pela pressa e pela velocidade da rua não permite enxergar. Pode ser São Paulo, Irã, ou Japão. Não importa. Apenas as pessoas conferem existência e sentido às cidades. Como diz Calvino, falamos de uma cidade querendo nos referir a outra.

Formas que o Acaso e o Vento dão às Nuvens, espetáculo de dança para a rua, livremente inspirado no livro de Ítalo Calvino “As Cidades Invisíveis”, dá continuidade à pesquisa de dança em paisagens urbanas realizada pela Cia. Artesãos do Corpo Dança-Teatro desde 1999.

Criado e ensaiado nas ruas Formas que o acaso e o vento dão às Nuvens nasce a partir da discussão sobre novas formas de dançar e mobilizar platéias.

Calvino intitula as cidades visitadas pelo personagem Marco Polo como: as cidades e a memória, as cidades contínuas, as cidades e os mortos. As perguntas que a cidade fez a cada um dos intérpretes são respondidas através do movimento e da dança e a partir dessas composições chegamos a outros títulos como: as cidades e o vento, as cidades e o chão, as cidades e a violência…

Movimentos sutis, quase a não ação, corpos improváveis, a dança dialogando com a arquitetura e os processos de influência e alteração que a presença da dança na rua traz para o corpo de cada bailarino e para o meio urbano, deixa a porta aberta ao improviso e ao acaso.

fotos: Fábio Pazzini