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Economia da Cultura, nossa de cada dia…

posted on junho 4th 2020 in Uncategorized with 0 Comentários

Cia Artesãos do Corpo  (Foto: Fábio Pazzini)

https://www.youtube.com/watch?v=Xjvv-6T_z3M&t=6s

E a garça canta com tristeza – Cia. Artesãos do Corpo (criação para palco – estreia 2019)

O resultado cênico presente nesse video curto não dá conta da intensidade e da profundidade do processo artístico realizado por um grupo que há mais de 20 anos pesquisa e se debruça sobre as relações, influências, alterações e diálogo ente o corpo e a cidade.

O objetivo dessa listagem é provocar a reflexão sobre a economia da cultura e os desdobramentos econômicos de cada projeto artístico realizado.

Nessa criação/projeto trabalharam diretamente:

1 diretora
11 bailarinos intérpretes
1 pesquisador musical sonoplasta
1 pesquisador de luz e iluminador
1 artista gráfico
1 fotógrafo
2 cinegrafistas
1 figurinista
1 montadora de luz
2 professores de artes do corpo
1 orientador teórico
1 diretor de produção

Para esse projeto fomos representados pela Cooperativa Paulista de Teatro que emprega diversos trabalhadores que exercem funções administrativas, contábeis, juridicas. Empregos mantidos graças à recursos de projetos artísticos e contratos de prestação de service ligados à cultura e arte-educação.

Indiretamente diversos profissionais prestaram serviços ou foram contemplados pelos recursos financeiros da cultura oriunda desse projeto artístico:

1 empresa de transporte com seus funcionários e motorista;
1 motorista que faz carreto;
1 empresa gráfica com seus funcionários;
1 loja de tecidos com seus funcionários;
1 costureira;
1 lavanderia com seus funcionários para a lavagem e manutenção de figurinos específicos (pois muitos dos figurinos são lavados em casa pois não dá para colocar esses custos no orçamento já tão apertado);

  • Diversas lojas e empresas foram contempladas com nossa verba para a produção de cenário, figurinos e adereços/objetos cênicos;
  • Transporte público, taxi, serviços de aplicativo, postos de gasolina, estacionamentos.

 

Nos espaços culturais que acolheram nossas ações e espetáculos:

– Toda a equipe administrativa e fiscal dos teatros e centros culturais;
– Diretores, programadores, animadores culturais, produtores locais, mediadores;
– Técnicos de luz e som de cada espaço;
– Profissionais de segurança, manutenção e limpeza de cada espaço;
– Trabalhadores informais que tiram seu sustento da circulação de pessoas nesses espaços culturais.


O público que acompanhou nossas ações pedagógicas e artísticas:

  • utilizaram tranporte público, taxi ou serviços de aplicativos para seus deslocamentos e quem foi de carro pagou combustívels e estacionamento;
  • Consumiram nos cafés, restaurantes, e bares antes e/ou depois ;
  • Pagaram ingressos para as atividades realizadas com cobranças com a devida cobrança de impostos;
  • Consumiram produtos culturais (livros, cds, revistas, camistesas) vendido nas áreas de convivência, livrarias e lojas desses espaços.

Para a manutenção do estúdio e espaço de ensaio:

1 proprietária do imóvel recebe o aluguel
1 empresa de telefonia recebe o dinheiro do telefone e da internet
1 empresa de energia elettrica recebeu mensalmente nosso pagamento
1 empresa de agua e esgoto recebeu mensalmente nosso pagamento
1 mercado do bairro recebeu nosso dinheiro através da compra de material de limpeza

Diversas padarias, mercados e lanchonetes, dos bairros onde os intérpretes moram, receberam o dinheiro de todos para nossos lanches coletivos

  • vale lembrar que cada intérpretes também pagou ou complementou suas contas com os recursos desse projeto

Impostos:

  • Pagamos os impostos aos ECAD para a utilização dos direitos autorais das musicas utilizadas nos espetáculos.
  • Cada profissional pagou os impostos obrigatórios
  • Foram pagos as taxas de filiação da cooperativa onde a maior parte do elenco é filiada;

Posso ter esquecido algum profissional, comércio ou serviço que utilizamos, peço desculpas…

Estudos mostram que a cada R$ 1,00 investidos na cultura R$ 13,00 retornam aos cofres públicos. Dito isso fica cada vez mais evidente a necessidade de lançarmos luz sobre a economia criativa e todo o seu potencial. Precisa ficar claro que a arte e cultura não move só os sonhos, as reflexões e a imaginação (dentre outras coisas), mas também move mercados.

 

Ederson Lopes

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