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Senhor Tati – criando em tempos de isolamento

posted on abril 2nd 2020 in Uncategorized with 0 Comentários

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Senhor Tati é a segunda parte da trilogia das insignificâncias, criações da Cia. Artesãos do Corpo para espaços públicos, praças e paisagens urbanas. Em 2014 estreamos Senhor Calvino (que continua fazendo parte de nosso repertório com mais de 70 apresentações) e Senhor Zeami sera a Terceira criação. Inspiradas na coleção de livros de Gonçalo M. Tavares chamada “O Bairro”, essas peças nascem como uma brincadeira, alusões sem compromissos com cada país sugerido: Itália, França, Japão e à personagens e o universo poético que constam em livros, filmes e obras desses três grandes artistas:  Sr Calvino (escritor Italo Calvino) e seus personagens Palomar e Marcovaldo; Sr Tati (cineasta Jacques Tati) e seu personagem Monsier Hulot e Sr Zeami (ator, dramaturgo e teórico Zeami Motokiyo) e o universo do Teatro Nô.

A trilogia das insignificâncias busca lançar um olhar para a poesia contida no cotidiano das cidades.

Senhor Tati teria, tem, terá sua estreia no final de maio de 2020. Após alguns ensaios a companhia , em virtude do Corona vírus, foi obrigada a se isolar e a fazer ensaios à distancia. Essa é uma estratégia inédita já que nossos processos para construção de peças precisam ser realizados com a presença de todos, uma vez que muitas cenas são construídas no ato mesmo da improvisação, com todos em ação ao mesmo tempo. E criar peças para a rua, tem que ser na rua, com a rua, para a rua, apesar da rua. Mas, uma vez iniciados os ensaios e, diante da tristeza que se abate com tantos desmontes da cultura, achamos que o melhor seria ir em frente, mesmo que fosse cada um dentro de sua casa.

Então cada um começou a realizar um programa de treinamento ( yoga, do-ho), e a pesquisar movimentos para cada cena já desenhada e criar outras composições e desenhar novas propostas.

Decidimos compartilhar algumas mensagens, reflexões, perguntas e sensações trocados durante essa experiência que poderão dar uma pista de como é o cotidiano da companhia e de como construímos nossos trabalhos, mas principalmente como nos tratamos.

Em um momento terrível, em que não temos nenhuma espécie de subsidio, que fomos impedidos de dar aulas por conta da epidemia, e com todos nossos espetáculos cancelados, resolvemos mais do que nunca renovar nossa teimosia em continuar realizando nossas peças. Mesmo que seja à distância e com uma saudades imensa dos abraços, cafés juntos e risadas. Sim, isso ainda não nos tiraram.


quarta-feira, 18 de março de 2020 14:33
Assunto:
 Sr Tati e o mundo

Oi Tatis

Enquanto o mundo vira de cabeça pra baixo duas vezes ao contrário, a vida , vista daqui da janela, parece normal. A construção na esquina, está a todo vapor, infernizando nossa vida desde as 7 da manhã com caminhões enormes de concreto. O barulho está insuportável. Caminhões correm pelas ruas poluindo ainda mais a cidade e assim fazem também os motoqueiros. Então pergunto: é ou não é pra ficar em casa?

Qual a real letalidade do virus? Se eu saio de casa e não esbarro em ninguém, uso luvas pra tocar nas coisas e não fico em aglomerações, eu vou me contaminar? O virus se espalha pelo ar? Não né? Senão já estaria todo mundo morto.

Ou será que o confinamento é só pra livrar a cara do sistema falido de saúde que as rapinas do governo deram fim? Ou será que é só pra classe média que pode trabalhar em casa e ainda acha ruim ter que pagar a diária de suas empregadas?

Por que a população mais pobre não pode ficar em casa. É obrigada a pegar onibus, trem, metro. E aí como vai ser?

E nós artistas vamos nos fufu, porque na cabeça das pessoas sequer existimos.

Sinceramente? Fico “p” da vida com essa coisa de falarem que a filarmônica de tal e tal país está colocando suas musicas on-line. Ah- que mimo. Claro- os governos de países da Europa, vão continuar financiando essas instituições.  E nós? Ao final de tudo isso como estaremos?

Teatros, Centros Culturais e Instituições Culturais fecharam. O governo atrasa o repasse para grupos que ganharam editais no começo do ano. Agora disseram que vão dar grana pra museus? O Museu do Rio ardeu e ninguém do Governo deu um centavo.

Da parte que nos interessa, e é por isso que escrevo, mais do que nunca, nossa decisão de sermos artistas será colocada à prova.

As aulas do Toshi foram suspensas para avaliarmos a situação. As aulas de yoga idem. Como vamos pagar o aluguel? boa pergunta.

Alguns alunos – escreveram que iriam manter a mensalidade, pois sabem que vivemos disso. Quase chorei.

Cancelados os ensaios vamos ter que manter disciplina individual ferrada. Todos sabem os exercícios de yoga, do-ho. Se mantenham em forma. Isso pode durar muito tempo.

Estamos aguardando respostas sobre adiamentos, sobre o calendário de apresentações já agendada.

Quanto ao Sr Tati vou escrever já já. Tudo isso me cansou. Vou tomar um café.

beijos

mi…gritando

 

Em qua., 18 de mar. de 2020 às 12:29, Mirtes Calheiros <mirtesc@hotmail.com> escreveu:

Voltei

Como disse no e-mail anterior, vai depender da nossa capacidade de resistência física e emocional (sic) sobreviver a tudo isso.

Essa é a peça mais louca que vamos criar- nem rua, nem palco…em casa. Só podia mesmo ser o Sr Tati!

Ainda bem que já fiz isso com a turma lá de Washington.

Minha sugestão é que mantenhamos a idéia da peça criando uma rotina individual de dedicação ao tema.

Para isso proponho para todos que

1- ouçam a trilha sonora pelo menos 3 x por semana. Há muita musica na internet – tem a trilha dos filmes, que são lindas, e tem musicas francesas dos anos 50 e 60 disponíveis em filmes e trilhas sonoras. Isso é fundamental porque as trilhas dos filmes do Tati têm uma capacidade de nos remeter imediatamente não só ao espírito dos seus filmes, como a uma época que se foi. Isso abastece a peça.

2- criar para si, uma partitura de movimentação que vc repitirá em vários momentos da peça; vou mandar pelo zap fotos que tirei da agenda do Tati. após estarem seguros que esse jeito de andar e parar, com seus ritmos, pausas, maneiras de olhar, aí sim podemos pensar em marcar um dia para compartilharmos pelo internet. Não é cópiar as fotos. É para criar uma movimentação que carregue o espirito do personagem.

3-criem seu figurino(s) -se vistam com as roupas que considerem o mais prontas possiveis para a peça e enviem fotos.

Ensaiem em casa com seu figurino. Coloquem a trilha sonora e fiquem ouvindo com seu figurino e teste sua movimentação sem preocupação de onde ela vai entrar.

4- se alonguem

Produção

1- Hiro : vc está fazendo a estrutura do calhambeque. Peço que vc vá enviando fotos de como está. Não precisa ser um primor, pois a brincadeira é que o calhambeque seja precário. Ë só uma alusão à um carro. Você também tem as placas de quilometragem pra fazer. Além disso vc está criando o guarda chuva. Quando estiver pronto vc pode enviar uma foto?

2- Fany- por favor crie uma estrutura leve e ao mesmo tempo que pare em pé e seja facilmente transportada que tenham as placas indicando os pontos de Paris

3- seus objetos pessoais, como pão para jogar aos pombos, cartola do mágico, etc…onde o pão estará? onde estará a cartola? raquete de tênis. Temos o biombo e podemos arrumar uma mala ou caixa em que essas coisas fiquem.

4- Ederson- vamos testar a receita de bolinhas de sabão? e mais borboletas com anéis de ferro

5- o S que ficará no chão….ainda não sei se vamos usá-lo de fato. Por isso fica suspenso.

6- guarda chuva vermelho, branco e azul. Ainda estou na duvida. O vermelho o Hiro já está usando. Eu tenho um branco, não sei se precisa um azaul. Depende do que vai ser feito com ele.

 

Cenas ( isso não é uma ordem de cenas)

1- abertura – com a musica de abertura do filme Mon Oncle

ainda não sabemos quem entra primeiro, quem entra e senta, emfim, o que podemos fazer é ouvir a musica e se imaginar entrando em cena. Pode ser até que vc se imaginem entrando em cena por uma lado e sumindo por outro, ou indo pra tras do biombo. Vcs vão ver nas fotos, que na casa da irmã do Sr Hulot, a garagem tem dois olhos”. Pensei tb e fazer dois buracos no pano que cobre o biombo.

2- imagine como vc se relaciona em algum momento da peça com as placas da cidade de Paris que a Fany fará indicando caminhos. Em algum momento da peça vc vai olhar essa placa. que movimentos ou que atitudes vc tomará? Se vcs tiverem um cabide alto usem como se fossem as placas na rua.Vou enviar sugestão de musica para que todos usem a mesma musica. Aguardem.

3- Carrossel - como vc entra no modo carrossel? vai trotando aos poucos,  trotando pelo espaço e aos poucos vamos formando um circulo, que gira primeiro devagar, aos poucos aumenta a velocidade e depois entra no modo poesia, com a mudança da musica. Estou em duvida sobre duas musicas, pois a que o Hiro trouxe é legal, mas tem outra que toca no Paly Time que é bem legal tb. A segunda permanece a mesma. Aliás Marcelo, qual é a segunda mesmo? Hiro treine esses tempos com o guarda chuva aberto.

4- Biquinho Francês- Leo- continue ensaiando e pense que vc vai começar e depois de algum tempo outra cena se misturará a sua e vc continua até que termine. O Ederson sugere que em meio aos trejeitos com biquinhos vc tente incluir algumas palavras em francês

5- O Mágico – Ederson e companhia: Se imaginem em pé na cena e depois indo ao chão e dormir. Depois como cada um levanta? e como se movimenta com a borboleta na mão? A musica é La Vie en Rose

6- S – mulheres se encontram no S. Imaginem que vcs estão encontrando alguém que está no S. Todas nós sabemos da cena. Então vamos fazer sozinhas

7- Pombos- Fany- desenhe essa cena com calma. Vc propões 3 tempos. Não se preocupe com o momento em que vão acontecer. Só faça cada uma a fim de ficarem bem “limpas”

8- Jogar tênis - Ederson defina quantas x vc fará cada movimento. Assim, quem sabe, todos que estão “olhando o jogo”possam fazer os mesmos movimentos, mesmo sem a raquete.

9- Garçom - em algum momento Ederson irá fazer um garçom servindo a Fany. Defina essa movimentação para Fany poder ver um video e se preparar. Essa cena, pode ser no momento em que a Fany senta ( e acho que seria a primeira a sentar, logo no começo da peça, ) . A maneira como vc Fany propôs essa maneira de sentar, com aquele casaco, está muito legal.

10- Calhambeque - Ederson e Dawn vão no calhambeque- Hiro é o “diretor de cena”, vai mover o pano para fazer vento. Eu, Leo e Fany vamos montar o pano azul para fazer o mar, ou seja vamos prender o pano em “algum lugar”e depois a Fany e  o Leo podem “mergulhar e eu fico “tomando sol”até que o calhambeque chegue e aí a Dawn vai tomar sol e o Ederson vai mergulhar. O que vai acontece depois…não sei.

11- em algum momento haverá o baile , é claro, mas vamos deixar pra depois. Se vcs puderem assistir várias vezes o baile do Play Time seria bom, porque o baile desse filme tb é um carrossel.

12- sugestão de cenas novas, a gente vai escrevendo ou mandando fotos, para que todos fiquem sabendo

 

Trilha sonora

Marcelo mantenha o Ipad azeitado com a trilha sonora, ou melhor, com as musicas que já temos. Conforme formos definindo vc vai colocando em ordem. OK?

 

Cenário

o cenário básico fica portanto: O café: o biombo, a mesa branca, 6 cadeiras ou cadeiras e bancos, o poste com as placas. Até agora, todo o resto vai sendo montado de desmontado. Mas tudo acontece como se o café, fosse o cenário principal.

Essa é uma atitude emergencial. Como já disse, não sei por quanto tempo manteremos o entusiasmo para ensaiarmos sozinhos. Vamos fazer um teste. Para que isso funcione o principal é manter a comunicação por e-mail.

Então essa semana começaremos esse programa, cada um na sua casa. Até o final do mês vamos ver o que acontece ( ai, por que será que tenho medo dessa frase?)

O que foi escrito no e-mail , responderemos no e-mail. O zap fica para musicas e fotos da peça. OK?

beijos

mi..ensaiando

 

RELATOS E RESPOSTAS DOS INTÉRPRETES:

Ederson

Tati em seu questionamento e crítica poética ao progresso nunca poderia imaginar esse ano de 2020.

A nossa precariedade nutrida por inúmeros governos e levada ao extremo no atual governo vai dar tons surreais, cruéis e assustadores a crise CoronaVirusBrasil.

O sistema capitalista e neoliberal levou e após a passagem desse furacão vai continuar levando o mundo pro buraco. Tudo o que não foi investido na saude e no bem estar social em nome da agenda neoliberal terá que ser usado agora. O Estado terá que ser FORTE e PRESENTE. A maioria do povo brasileiro votou num programa que defende o Estado ZERO. Tem pessoas no RJ que não tem água agora. Imagina daqui ha 20 semanas?

Ensaiar, criar, nos esforçar para dar sentido ao presente talvez seja um caminho para manter a sanidade do corpo, da mente e do espirito.

 

Leandro

Boa tarde todo mundo!

O dia de ontem foi intenso. Sem otimismo. Fiquei tonto e em algum momento me desconectei.

É uma porrada de sensações e sentimentos,  mas não se sabe por quanto tempo o mundo vai continuar girando assim e nem o que virá depois.

Agradeço a Mirtes pelas direções e por tudo que ela compartilha.

Ao longo do tempo cada um sabe da fortaleza interna e dos elos que nossa convivência forma.

Acredito no teste que é para cada um criar rotina por si mesmo. Para mim o é.

No entanto, disciplina para o que realmente importa, parece algo tão benéfico, que independente do cenário, vale a pena buscá-la:

Marcar compromissos consigo mesmo, ficar atento aos processos e fronteiras.

Equilibrar a diluição de ouvir as músicas da peça durante os afazeres domésticos, por exemplo com a concentração de reservar um espaço-tempo para internalizar intenções e movimentos.

Dançar.

Ao mesmo tempo que tenho a certeza de não estar sozinho :)

Sinto que é um possível momento aproveitar o isolamento e criar.

Mundo de pouca ou nenhuma opção já experimentada.

Saudades já.

 

Hiro

Queridos, boa tarde, quase boa noite!

O planeta estava e continua agonizando, exaurindo suas imunidades por conta do vírus homem. Agora, em poucos dias, o mundo está parando, as fronteiras bloqueadas, o contato pele/pele se tornou proibitivo, mas também, diminuiu a poluição na China (quiçá em outros centros), a produção de capital desacelerou para ter menos perdas de mão-de-obra, as famílias nucleares se fortalecem como células a resistir. A pandemia Corona não discrirnina país, classe, ascendência, gênero… a não ser os idosos que sobreviveram aos novos tempos. Não sei por quanto tempo deveremos resistir mas devemos prosseguir com o que nos alimenta a alma e, espero, o corpo.

Estamos sendo empurrados ao ambiente digital para poder ter contato com os outros, com mais tempo, talvez seja a nossa chance de fazer um balanço para mudar e resistir. Precisamos de pausas e devemos nos cuidar para cuidar dos outros.

Sigo focado no Sr Tati, controlando a ansiedade, mas com as antenas levantadas. Quanto às tarefas:

  • Lavei parte do figurino, quando estiver ok mando uma foto.
  • calhambeque – juntei parte do material e está em fase de execução de projeto.
  • placas/cardápio – fiz um provisório mas preciso testar
  • guarda-chuva – refiz com fitas vermelhas, azuis e brancas. No final da produção, item 6, vc definiu como guarda-chuva vermelho… por enquanto estou usando o preto, se definir por vermelho, depois compro na 25 de março.

Para as cenas, tenho algumas sugestões:

  • Na Abertura, pensei em trabalhar como um mendigo bon vivant que vasculha lixos com o guarda-chuva e faz o seu pic-nic.
  • Placas da cidade, posso ser um turista japonês… talvez óbvio demais.
  • No Carrocel, sugestão, o carrossel se movimenta sem o guarda-chuva (GC), quando o círculo se formar vou para o centro e abro o GC, todos continuam em seus lugares, levanto o GC e arrumo todas as fitas (deixei com 8 fitas), quando levantar o GC todos se aproximam para segurar as fitas (as meninas seguram duas fitas cada e os meninos uma), todos se afastam e começam a girar (aí cada um desenvolve o seu cavalinho), para encerrar levanto o GC e vou fechando sobre mim (aqui preciso elaborar a finalização, paralelamente entra outra cena ou complemento).
  • Biquinho, pode ter um coro de pombos arrulhando à capela… Ou deixa pra cena dos pombos… ou junta as duas…
  • Calhambeque, vai faltar alguém para segurar as placas de estrada, pensei em alguém com poses de pin-up. Pensei em usar a mesma peça para cardápio e placas, o cardápio como uma caderneta normal e os cartazes como um caderno na horizontal, levantando as placas a cada movimento de pin-ups – https://br.pinterest.com/topics/pin-up/ – também interessante para se jogar na areia da praia.

Demandas:

  • Será que o Marcelo pode fazer um compacto de músicas selecionadas até o momento para nos mandar?
  • Fany, vc já viu Play Time? Vc vem pra Sampa por estes dias?
  • Estou com Jour de Fête / Carrocel da Esperança, do Léo, já vi.
  • Ederson, já gravou o CD de músicas francesas? Qualquer hora, passo pra pegar.

Por ora, é isso. Beijos!

 

Dawn

Boa noite everyone,

Tantas coisas acontecendo e tanta informação e tentando ser super adaptable and positive energy to keep strong and focused on NOW e respirar – enquanto olhando para frente para já incorporar novas formas de criar (em todos os sentidos) e sustentar tudo.

Por aqui, nos 4 estamos em casa desde sábado a noite.  As crianças juntas criaram conosco um cronograma de atividades para nos dar um norte quando não sabemos o que fazer com elas (yoga de manhã e na 6a a tarde tem Filosofia!!).  E eu e o Paulo estamos revisando horários para poder também cuidar dos nossos vários trabalhos e responsabilidades fora dos domésticos.

Mirtes – super obrigada pela estrutura e sugestões.   Vamos seguir criando e se cuidando sim.

Uma ideia de movimento/cena que eu tive é inspirada naquela secretária e o jeitinho dela de andar e os pequenos pulinhos….e que com cada pequena passo rápidinho assim ela fala ’oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui oui’ e quando fizer o pulinho ela fala ’Non!’ Com pausa, e daí tudo recomeça – com prancheta nos braços.

Vai chegar mais.

Big beijos to you all from here.

xx

 

19 de março de 2020

Qui, 19 de mar de 2020 09:40, Mirtes Calheiros <mirtesc@hotmail.com> escreveu:

Olá pessoal

Bom dia

Quando disserem pra vcs que gritar faz mal pra garganta digam que é mentira! Minha garganta melhorou de tanto que gritei ontem na janela

A comunicação que estamos desenvolvendo é comovente. Peço autorização para colocar no site da companhia.

Hoje não tenho mais certeza de nada, com exceção de uma coisa – essa é a tão temida terceira guerra mundial. Pela maneira como o vírus foi disseminado pelos EUA na China ( o paciente zero é um soldado americano que sais dos EUA já contaminado para a cidade de Wuhan).

Essa situação de caos que vai se instalar é imprevisivel.

Por isso, nossa habilidade de podermos nos centrar, mesmo que cada um na sua casa, será fundamental. Pode ser a diferença entre a vida e a morte.

Fizemos uma reflexão sobre nosso modo alimentar e vimos que, como comemos de forma mais racional, temos condições de resistir no isolamento. Assim espero. aposto que mel, aveia, própolis, ainda não foram os itens mais procurados. Papel higienico bate recordes?!?!? Freud explica. Aqui nunca pensamos em estocar tal coisa. Se acabar, desculpe a grosseria, lavem a bunda com água. A pior cagada os reacionários , já fizeram. Agora não adianta ficar comprando papel higiênico

Quanto ao Sr Tati

Sim!!!! esse é o espírito da coisa .. Todo mundo experimentando.

O Diogo enviou uma sugestão para falarmos e nos vermos- isso é importante- ao mesmo tempo. Assim que soubermos se funciona vamos combinar com vcs

Peço autorização para colocar nossos e-mails no site da companhia. é um registro muito bonito e dá um exemplo do porquê é importante uma companhia que se une no afeto e ao longo do tempo.

Dawn- gostei da idéia de deslocamento que vc propõe. Vamos à ela

Hiro- ok, vamos ficar então com o guarda chuva preto pra não atrasar sua produção. As fitas vermelhas, brancas e azuis já dão a mensagem

já dei risada só de imaginar vc revirando o lixo e fazendo piquiniqui com ele

também ri muito com sua sugestão de uma pin up! só se for a Fany

nós não somos muito bons em cenas muito combinadas, mas podemos tentar…estou falando do Carrossel.

Pode ser a Fany segurando as placas e eu e o Leo arrumamos o tecido azul.

O turista japonés pode ser testado sim. Não tem importancia ser obvio, estamos trabalhando com “tipos”

Leo: como sempre..poesia. Obrigada.

Passada uma semana desse horror, poderemos começar a identificar quais rotinas conseguimos adotar. Daí a gente pode compartilhar. OK?

Bem, agora vou para o front de batalha. Tenho que ir ao banco.

Hoje é dia de São José. Vou guardar os envelopes de vcs….

Marcelo também quer? Vc é um homem de “pouca fé? Dawn? e vc? quer também?

beijos

mi….segurando

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