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e – MA- ils | divagações sobre o entre espaço

posted on julho 31st 2015 in Uncategorized with 0 Comentários

porta

MAils – divagações sobre o entre espaço

Da série conversas interessantes: Aparecer e desaparecer

O Ederson envia um trabalho fotográfico do artista visual Gustavo Germano (http://www.gustavogermano.com/)que retrata uma série de imagens registradas em diferentes períodos: a primeira com todos presentes e a segunda é uma tentativa de recuperação da imagem passada, mas existe um vazio, uma ausência.. É um trabalho eminentemente político, mas o Ederson lembrou de uma insistência nossa em abordar a rua com essa estratégia de aparecer e desaparecer.

Até intencionamos levar isso às últimas consequências e transformar em uma performance independente, pois hojeaparecer e desaparecer faz parte de algumas peças de rua da companhia. Mas, como sempre,  descobrimos a força e a importância cênica de tal movimentação fazendo ou seja, em ação na rua e os livros vem depois.

Muito bem. 

O Caio leu o e-mail e relacionou com   texto “Planos de Composição” do André Lepeck, enviando os textos para todos e com o tema dos refugiados. Ainda não li todo o texto, mas no livro há uma socióloga, Avery Gordon que fala dos fantasmas, com o perdão da simplificação do texto. 

Vai dai que eu achei tudo muito ligado ao filme Nostalgia de Luz. 

O Leandro, relaciona diretamente com o MA- a questão dos desaparecidos levando a vida de quem fica a um hiato. Nem vou lembrar de Antigona que não consegue enterrar o irmÃo!!!

E ficamos assim. Numa corrente de associações.

Mas (ou será MA?)  é assim mesmo. Só estou escrevendo para não nos perdermos em materiais tão ricos para discussão e reflexão. Estamos só no começo e muitas coisas já foram ditas e vcs que chegaram agora poderão resvalar em todo esse material e muitas outras idéias textos filmes experiências ainda acontecerão.

Os refugiados devem mesmo carregar muitos fantasmas para ficarmos só na leitura mais rasa dos autores.

As fotos por si só já nos levam a pensar em mais um trabalho para rua. Que entre na fila! 

Pensem bem: em se tratando de aparecer e desaparecer: o que deixamos quando desaparecemos? Está diretamente relacionado com as fotos. Vejam as fotos detidamente….. que pensamentos os assolam? Que ficou de quem ficou e o que ficou de quem se foi? Triste e lindo ao mesmo tempo. 

Então tudo isso devidamente emaranhado, vamos ao refugio: insisto- em nós , em nosso eu, em nossa história, como identificamos refúgios?

Refúgio tem definição bem específica. Inclusive ontem falei em Asilo, mas vou verificar- asilo não é refugio. Pedido de refugio é diferente de pedido de asilo? A conferir.

como sempre Leandro…tenho muitas dúvidas.

beijos

Mirtes Calheiros

Pois é… Me emocionei vendo as fotos, pensei nos meus e o coração apertou. Me imaginei um pouquinho no lugar de quem foi retratado ali nas fotos, ausentes e presentes…

Nunca tinha feito a relação tão diretamente dos “desaparecidos” com o MA. Para mim é MA.

Quem tem um desaparecido, é pego por um vazio, não morto, cheio de possibilidades. Teve quem morreu, quem voltou e quem permanece MA.

Leandro Antonio

Muito interessante o ensaio fotográfico de Gustavo Germano e o tema “aparecer e desaparecer”, principalmente se não trará-los como oposições binárias, mas ver o que se encontra “entre” o aparecer e o desaparecer, na mediação desse processo e no seu vestígio, no que fica na passagem do aparecer para o desaparecer (ou vice-versa?). Em relação ao Ma, acho que dialoga sim, porque tem a ver com o vazio, mas provavelmente nem todas as fotos. O que acho frutífero seja talvez fazer essas correlações (corrente de relações como bem diz a Mirtes) com o Ma (em vez de identificar se é ou não é),  estabelecer diálogos: de que maneira as fotografias se relacionam ao Ma, ao vazio (vazio potencial?) (vazio do nada?) (vazio prenhe do passado?). Vamos discutir na nossa reunião.

beijos, beijos

 Michiko Okano

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