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Visitas – encontros – conversas

posted on julho 30th 2015 in Uncategorized with 0 Comentários

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Visita à SEFRAS

Conversa com Clayton Abreu

Clayton nos explica como os vistos são concedidos, o que é caracterizado como refugio ambiental e quem entra como refugiado de  fato- poucos nessa categoria.

A situação da Síria é ressaltada como uma das mais terríveis nesse cenário: barbaridades como: se 5 pessoas testemunham que um indivíduo é contra Alá essa pessoa sera morta. Mesmo assim, o Sírio não entra como refugiado, por questões diplomáticas.

Segundo ele a lei brasileira é uma das melhores nessa questão, mas o refugiado pode levar um ano para conseguir a documentação. Não pode praticar sua cultura nem exercer suas funções, caso tenha cursado uma universidade.

Já presenciou muitos que resolveram voltar, preferindo “morrer em seu pais de origem junto à sua familia do que ficar aqui no limbo”. Segundo Calyton ele lida com futuros mortos e isso é muit difícil.

A nossa lei do estrangeiro é de 1988 e guarda o ranço do militarismo.

As diferenças culturais são imensas: Bangladesh. Congo onde a mulher é tratada com objeto e ainda se pratica o escambo (e aqui Clayton lembra que no Brasil a igualdade de gêneros só se dá nos anos 90).

Na Policia Federal há um departamento que cuida da imigração e tem o temido Conector – uma sala onde a pessoa pode ficar até 50 dias.

Na SEFRAS existia na época desse encontro 80 pessoas com alta vulnerabilidade.

NOTA: esse relato é propositadamente vago pois o assunto não pode ir além por questões obvias.

 

Encontro com Carla

Infelizmente a coordenadora não pode nos atender pois estava em reunião  e assim permaneceu durante as duas horas, período em que ficamos esperando e  observando a movimentação da casa: as pessoas, sentadas, paradas, indo e vindo, os “funcionários”, as crianças, a espera  nossa juntamente com a deles.

O lugar é pequeno e tem dois andares que podem ser vistos dessa sala de espera, pois possuem corredores que são abertos. Tudo muito estreito e pequeno. Não pudemos subir, mas o cheiro do almoço era o mesmo da Pastoral e haviam mais mulheres e crianças circulando. Também vimos um Senhor que pelo relato anterior do Cleyton parecia ser do Egito. Ele pediu ao “responsável” pela sala que guardava pertences para pegar algo e pudemos ver de relance: o “responsável” fica na porta enquanto o Sr. mexe e remexe em um saco de plástico com seus pertences. Havia até uma caixa com brinquedos. Isso durou um certo tempo, passar coisas de um saco para outro. Seu aspecto é de extremo cansaço e sinceramente, não teríamos, como não tivemos, coragem de perguntar nada.

Ao nosso lado, sentado com um celular que tocava músicas estava um jovem  usava um óculos escuro. Conforme fui relaxando na cadeira, pude olhar com mais calma e vi que seus óculos eram na verdade aqueles óculos que os cinemas distribuem para assistir à filmes 3D!

E foi assim, entrando nesse universo sulreal que ficamos até decidirmos ir embora sem falar com a coordenadora.

Ederson sugere que pesquisemos pessoas que já passaram pela casa abrigo da Pastoral e que agora moram em outros locais para sabermos como foram os 5 meses e 59 dias, periodo no qual é permitido ficar na casa.

 

Visita à Pastoral com Tatewaki Nio e Tetsuya Maruyama

Tatewaki Nio é um artista Japonês que está no Brasil há 12 anos. Fotógrafo percorre as ruas da cidade para capturar imagens que combinam o novo e a demolição. Ele está conosco nesse projeto.

Tetsuya Maruyama é cineasta e arquiteto. Na época do terremoto no Haiti ele ficou lá por dois anos trabalhando como voluntário na reconstrucão da cidade de Porto Principe. Se dedica a realizar um documentário sobre um Haitiano que deseja fazer o percurso de volta ao Haiti.

Pudemos observar as crianças que estão na escola anexa ao complexo da Pastoral, pois estavam saindo para um passeio. Foi um dos dias mais emocionantes: elas se dirigem à nós com muita expontaneidade, e saltintam de alegria com seus pacotes de presentes. Uma delas se dirige à Tatewaki e pede para ele amarrar seu tenis.

Ficamos sentados na escadaria em frente à Igreja sem vontade do nos mexer.

Nenhuma idá à Pastoral é em vão.

Caminhemos

 

Mirtes Calheiros

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